Como alguns de vós já devem (ou não) saber, às vezes escrevo esta rubrica no Espalha-Factos de novidades literárias que vão sair mensalmente. E costumo, vá, tentar ser imparcial e recomendar um rol de livros mais ou menos diverso em género, porque infelizmente nem toda a gente tem o meu gosto e eu tenho mais é de aceitar
Mas como aqui ninguém manda senão eu, vou ser aquela besta tendenciosa que vai dizer quais são os próximos lançamentos que eu quero mesmo, mesmo ler. E se alguém aqui pertencer a uma editora ou tiver uns trocos a mais... oi. Olá. Bom dia. hmu.
As Primeiras Quinze Vidas de Harry August
7 de outubro | Wook |
QUE STORYLINE DO CARAÇAS.
Claire North, estou a contar contigo para não me dares um desgosto à lá Ransom Riggs e o seu magnum opus da desilusão, Lar da Senhora Peregrine Para Crianças Peculiares, que pegou numa premissa super interessante e a transformou numa amálgama de clichés mal-amanhados. Só te olho, Claire North.
A Biblioteca à Noite
14 de outubro | Wook | FNAC |
Vá lá, quem é que não teria curiosidade no que uma pessoa destas terá para dizer? A história de um bibliófilo e dos seus dilemas em organizar os seus livros soa demasiado à sinopse de uma série slice of life em que protagoniza um aficcionado por livros - e isso é uma coisa que eu não posso deixar passar.
E sim, eu sei que isto é uma reedição e que poderia facilmente encontrar a edição anterior deste livro em qualquer livraria; mas eu sou uma pessoa frívola que quer, especificamente, esta edição de capa bonita. Deixem-me viver.
Dead Girls Society
8 de novembro | Penguin Random House |
Até que Hope é convidada para um grupo que se autodenomina Society - e vê nisso não só um escape da sua vida aborrecida, mas ainda uma maneira de ganhar algum dinheiro. Só que a Sociedade não é o que parece, e Hope depressa descobre que jogar o jogo deles não é uma escolha... é uma obrigação.
Para já temos uma premissa não 100% original, mas ainda assim interessante; uma protagonista com uma doença genética, cujo enredo reconhece a sua doença como uma parte da sua vida, mas não a reduz a ela - até ver. Aquele hint de crítica social na sinopse sobre a dificuldade que uma pessoa com uma incapacidade tem em conciliar as despesas de medicação com a universidade (go USA). Está a jeitos de ser um thriller com muito para dizer.
E juro que isto se torna um romancezinho pão-com-ovo vou ter dez ataques de ansiedade seguidos de um mês sem ler. Uma pessoa confia e só se lixa.
Born a Crime
15 de novembro | Random House Books |
O Trevor Noah é só o meu comediante preferido - seguido de muito perto pelo Bo Burnham. A minha dedicação pela comédia dele chegou ao limite de levar até às quatro da manhã a assistir a todos os stand-up shows dele em versões grotescamente manipuladas no Youtube (sabem quando a malta põe vídeos com copyright no youtube, mas diminuem-lhes a velocidade para a ferramenta de copyright strike do site não detetar que é material "roubado"? Sim. Esse tipo de vídeo), porque ser fã pobre é dor e sofrimento.
Além de um comediante espetacular e atual host do Daily Show, ainda tem uma história de vida super interessante, que abordou por diversas vezes nos seus espetáculos: ele tecnicamente "nasceu um crime" na África do Sul no tempo do Apartheid - visto ter um pai suíço, branco, e uma mãe xhosa, negra. Passou parte da sua infância escondido para que o governo não o levasse e, quando o país foi finalmente libertado, embarcou na aventura de descobrir uma muito merecida liberdade com a sua mãe, que lutou para salvar o filho do ciclo de pobreza, violência e abuso que acabaria por ameaçar sua própria vida.
Não há literalmente maneira nenhuma deste livro me vir a desiludir. Sinceramente.
Scythe
22 de novembro | Simon and Schuster |
Distopias, malta. Utopias distópicas onde a realização de um dos desejos mais profundos da espécie humana traz consequências desumanizadoras. TANTO POTENCIAL. E este Neal Shusterman aparentemente é um nome emergente na YA graças à sua saga Unwind (que entrou neste momento para a minha lista de leitura porque também tem uma premissa interessante as hecke), portanto as minhas expetativas estão altas. Muito altas.
Mais uma vez, se se tornar um romance desnecessário vou ficar muito mal com a vida. Wishing the best but expecting the worst.
Por fim, fica só aqui o convite para me irem dizer olá no Twitter - plataforma que só uso para reclamar em 150 caracteres e devanear sobre a vida quando fico a pé até às três da manhã. Boas perspetivas de conteúdo, am I right?